Os portugueses sempre gostaram de ter as suas invenções, por isso os grandes grupos de comunicação juntaram-se para criar uma plataforma única, onde o utilizador pode consultar toda a informação de acordo com aquilo que lê e os seus gostos. Esta plataforma recorre por isso ao uso extensivo de todos os dados pessoais e de navegação para que possa "apresentar as notícias e publicidade de acordo com os gostos dos utilizadores".
Basicamente o Nonio é uma loja maçom, mas à vista de todos e sem cheiro a mofo.
Para além a amabilidade dos grandes grupos de comunicação por terem criado uma plataforma que faz a escolha de notícias a apresentar de acordo com os gostos de cada um, foi recentemente admitido que os dados dos utilizadores podem ser vendidos a terceiros. Já estou a imaginar: no futuro também teremos uma Coimbra Analytica (uma espécie de Cambridge Analytica, mas em versão fajuta). Fantástico.
"Só usa a plataforma quem quer!" Sim, mas também só come quem quer. Quem não quer morre à fome.
Refiro-me à fome de informação. Na nossa sociedade, a informação é mais do que um direito. É uma necessidade básica. E esta plataforma obriga-nos a usá-la para suprir essa necessidade. Porquê? Porque no futuro prevê-se que seja de registo obrigatório, caso queiramos utilizar alguns dos sites informativos que façam uso dela.
Dizem eles que o Nonio é uma alternativa ao Google e Facebook para chegar à informação. Nos tempos que correm, uma alternativa a qualquer uma destas redes seria bem-vinda, para bem da privacidade dos utilizadores. Mas a partir do momento em que essa alternativa consegue ser ainda pior do que as outras no que à protecção de dados diz respeito, então não é uma alternativa.
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